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Consultas da ADSE nos hospitais privados aumentam 775%

As consultas dos funcionários e pensionistas públicos nos hospitais da Cuf e da Luz Saúde vão ficar mais caras em meados de abril. Os grupos privados de saúde já estão a avançar os preços das consultas que entram em vigor quando for rompido o acordo definitivo com a ADSE.

O fim do acordo da ADSE com duas empresas privadas do setor da saúde está cada vez mais perto. Os contratos  do grupo José de Mello Saúde (JMS) e a Luz Saúde cesam em meados de abril e os grupos hospitalares privados já começaram a disponibilizar informações sobre as condições de acesso após a suspensão das convenções com a ADSE.

As consultas de especialidade nestes dois centros hospitalares privados vão passar a custar 35 euros aos utentes que tenham ADSE, apurou o Jornal Económico após contactar as respetivas linhas telefónicas de apoio. A quebra da suspensão significa que os beneficiários da ADSE vão sofrer um aumento de 775% face ao preço atual de quatro euros.

Já nas consultas de pediatria na Cuf, o valor sobe para 37,50 euros. Também na Cuf, se o utente for a uma urgência o valor ascende a 40 euros, e se for chamado um médico especialista à urgência acresce 35 euros ao valor inicial de 40 euros.

O JE também contactou o grupo Hospital Particular do Algarve (HPA Saúde), mas a linha de contacto informou que não tinha qualquer informação sobre eventuais alterações que abranjam beneficiários da ADSE.

Também a linha telefónica do grupo Lusíadas avançou que ainda não haviam quaisquer alterações a comunicar em relação aos beneficiários da ADSE. Até novas ordens, o acordo com a ADSE continua em vigor.

De acordo com um comunicado da JMS, que gere os hospitais Cuf, "foi criada uma tabela especial que teve por base um conjunto de princípios". O acordo entre a ADSE e a JMS tem o fim anunciado para dia 12 de abril.

No comunicado pode-se ler que o preçário é "aplicável a todos os beneficiários da ADSE, sem restrições" e que se assemelha ao regime livre para um "posterior pedido de reembolso", uma vez que os utentes continuam sujeitos ao co-pagamento mas depois o valor pode ser enviado para a ADSE para ser comparticipado. O grupo ligado à saúde considera que o novo acordo será mais vantajoso para estes utentes, em comparação com os particulares, uma vez que os preços praticados estarão de acordo "com as condições existentes nas principais seguradoras", onde o indivíduo assegurado também procede a um co-pagamento.

O grupo que coordena as unidades de saúde Cuf, adiciona que eliminou "desequilíbrios existentes entre as várias áreas clínicas" e que embora a nova tabela mantenha os valores praticados em oncologia, imagiologia e fármacos, vão atualizar os valores pagos por consulta "que se mantinham inalterados há 20 anos". O valor diário praticado nos internamentos foi revisto e vai reduzir.

Ainda que não exista uma tabela com os preços atualizados disponíveis ao público, o grupo afirma que o valor é dado no ato da marcação ou é realizada uma simulação.

A Luz Saúde também divulgou um comunicado direcionado a quem esteja abrangido pela ADSE, onde garantem que criaram "condições especiais de preço e de financiamento de cuidados". Esta rutura está marcada para dia 15 de abril.