A economia linear – assente na extração, produção, consumo e resíduos – tornou-se estruturalmente insustentável. Consome demasiados recursos, gera níveis insuportáveis de resíduos e agrava a vulnerabilidade económica e social. Portugal, está perigosamente atrasado nesta transição. A taxa nacional de circularidade - que mede a percentagem de materiais reciclados e reintegrados na economia - é de apenas 2,8%, muito abaixo da média europeia de 11,8% e distante de países como a Itália (20,8%) ou os Países Baixos (30,6%) (Eurostat, 2023). Esta ineficiência no uso de recursos reflete-se numa elevada dependência de matérias-primas importadas e, portanto, numa fragilidade geoestratégica considerável.
Circular ou colapsar: a urgência de um compromisso
Com a eleição de um novo Governo há temas que transcendem ideologias e disputas partidárias e exigem consenso democrático. A transição para uma economia circular é um desses temas: não é uma opção ideológica, é uma exigência estratégica e a única solução viável para enfrentar simultaneamente a crise ambiental, económica e social do nosso tempo.
