Há fracturas entre constitucionalistas e independentistas, entre nacionalistas e cosmopolitas, entre esquerda e direita, dentro da esquerda, dentro da direita, e dentro dos nacionalismos. Os resultados eleitorais lembram, em tom admonitório, as palavras de Thomas Macaulay: quem deseje conhecer até que ponto se pode debilitar e arruinar um grande Estado deve estudar a História de Espanha.
A Espanha desavinda
Felipe González disse em tempos que a política se resume à capacidade de interpretar o estado anímico dos cidadãos. Tomando o aforismo como verdadeiro, o quadro partidário saído das eleições de 28 de Abril espelha na perfeição a acrimónia e a polarização que caracterizam os ânimos em Espanha. O bipartidarismo consolidado pelos partidos popular e socialista na década de 1990, que atingiu o seu pico nas legislativas de 2008, acabou.
![](https://leitor.jornaleconomico.pt/assets/uploads/artigos/Imagem_pablo_casado_pp_susana_vera-reuters.jpg)