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CTT com "resultado bastante positivo" no plano de transformação, diz Lacerda

"Das quatro linhas de atuação, algumas estão bastante acima dos valores que tínhamos divulgado. As outras ainda não, no que diz respeito aos temas relacionados com as redes, que demoram mais tempo a materializar," sublinhou Francisco Lacerda, em declarações ao Jornal Económico.

O plano de transformação operacional anunciado pelos CTT em dezembro foi classificado de desafiante e de difícil execução por vários analistas, mas o CEO do operador postal sublinha que a empresa está cumprir os objetivos do processo.

Sob pressão de quedas abruptas nos resultados, desvalorizações a pique das ações e uma alteração forçada na política de dividendos,  a 19 de dezembro os CTT apresentaram um plano que visa transformar o negócio do correio e continuar a desenvolver as seguintes alavancas de crescimento: o segmento de Expresso & Encomendas e o Banco CTT.

Além de cortes de 25% na remuneração fixa do Presidente do Conselho de Administração e do CEO, o plano prevê ainda a redução de cerca de 800 postos de trabalho nas operações ao longo de três anos, a otimização da rede de retalho e a reformulação da rede de distribuição para melhorar a eficiência operacional

“Nos primeiros seis meses do ano conseguimos assegurar o objetivo global de 14 milhões de euros com o qual nos tínhamos comprometido para o ano completo de 2018. Este é um resultado bastante positivo", referiu Francisco Lacerda, em declarações ao Jornal Económico.

Na apresentação relativa aos resultados do primeiro semestre, publicada na terça-feira e que inclui um tombo de 65% nos lucros para 6,3 milhões, os CTT forneceram um update sobre a execução do plano.

Além dos 14 milhões de euros em poupanças em custos operacionais recorrentes para 2018, acima dos 13,8 milhões previstos no plano, o receitas não-recorrentes e ganhos de capital estão previstos nos 8,6 milhões de euros para este ano, acima da meta de 5,2 milhões.

No quadro das rescisões de trabalhadores, os CTT negociaram 238 saídas no total, das quais 161 em 2017 e 77 este ano, com uma poupança estimada em 7,1 milhões de euros no conjunto deste ano, face à previsão de 3,9 milhões.

A renegociação de contratos externos de informática, energia, rendas, manutenção, frotas e transportes de valores a poupança será de 4,4 milhões de euros, comparados com os 3,7 milhões no plano.

"Das quatro linhas de atuação, algumas estão bastante acima dos valores que tínhamos divulgado. As outras ainda não, no que diz respeito aos temas relacionados com as redes, que demoram mais tempo a materializar," sublinhou Lacerda.

A optimização da rede de retalho está a avançar "a um passo mais moderado face às projeções iniciais", revelou a empresa, com os ganhos estimados para este ano nos 1,1 milhões de euros, e que comparam com 3,9 milhões no plano.

Também na reorganização da rede de distribuição a empresa prevê agora menos poupanças que inicialmente (1,4 milhões este ano, face aos 2,3 milhões anteriormente anunciados), mas acrescenta que modelo operacional e a arquitetura de rede já foram definidos".