As gigantes tecnológicas vão continuar, nas próximas semanas, no centro das atenções dos investidores com a apresentação de resultados de cotadas como a Microsoft, a Amazon e a Alphabet. As fortes valorizações levam os analistas da Morningstar a alertar para uma sobreavaliação dos títulos. No entanto, há diferenças entre elas.
"Apesar das recentes quedas nas ações tecnológicas, os analistas da Morningstar consideram o setor como um pouco sobrevalorizado, com o índice Nasdaq ainda cerca de 15% acima do nível no mesmo período do ano passado", explicou Brian Colello, analista senior de ações.
Na última temporada de resultados, o setor sofreu um abalo, com o tombo superior a 20% das ações do Facebook. Esta está a ser diferente. Até agora, nesta temporada contas tecnológicas, as ações da Netflix dispararam 15% graças aos números recorde de assinantes.
Esta semana, é a vez de serem conhecidos os relatórios de contas da Microsoft, na quarta-feira, e tanto da Amazon como da Alphabet (empresa-mãe do Google) na quinta-feira. Na próxima semana, serão o Facebook e a Apple.
Ainda há oportunidades de compra entre as gigantes
"Antes da forte queda na Nasdaq no início de outubro, o índice de tecnologia registava altas recordes no terceiro trimestre, mantendo um nível acima de 8.000 pontos. No mesmo período, a Amazon e a Apple tornaram-se empresas avaliada em biliões de dólares", lembra Colello.
Em termos de capitalização bolsista, a Amazon acumula uma valoriza de 53% desde o início do ano, enquanto a Microsoft ganha 28% e a Alphabet apenas 5%. Do ponto de vista da avaliação também há diferenças: o rácio de preço face aos lucros (P/E) por ação da Alphabet é de 48 vezes, o que fica abaixo das 50 da Microsoft e das 140 vezes da Amazon.
"Embora o setor tecnológico esteja sobrevalorizado hoje, vemos alguns nomes desvalorizados que são fortes beneficiários da computação em nuvem, como o Salesforce.com. Independentemente da avaliação, ainda vemos vencedores entre os fornecedores de infraestrutura como serviço, como o Amazon.com Web Services, o Microsoft Azure (MSFT) e o Google", sublinhou o analista.
Cloud, guerra comercial e M&A vão marcar o setor
Longe dos lançamentos de produtos como o iPhone X, a tendência mais importante da tecnologia continua a ser a mudança contínua em direção à computação em nuvem, à medida que as empresas transferem as cargas de trabalho computacionais para modelos de negócios pré-pagos que levam a uma maior flexibilidade, segurança e redução de custos, segundo da Morningstar. "A mudança tem ramificações para dezenas de ações", disse o analista.
No entanto, a guerra comercial entre os EUA e a China é vista como um fator de aumento do risco nos investimentos em tecnologia. "Embora as empresas ainda não tenham sido duramente atingidas pelas tarifas, vemos muitos líderes técnicos a avaliarem a situação política atual e a esperarem um resultado satisfatório", referiu.
Os dispositivos mais populares da Apple, como o iPhone ou o Apple Watch, estão isentos da guerra comercial por enquanto, mas a Morning alerta que os efeitos na cadeia de fornecimento de tecnologia já que a grande maioria dos dispositivos da Apple é montada na China. "Quaisquer tarifas aplicadas nos produtos da Apple podem ter ramificações negativas para dezenas de ações de tecnologia", afirmou.
"Continuamos a ver as fusões e aquisições como um tema-chave em tecnologia. Prevemos mais negócios de software nos próximos anos, à medida que fornecedores líderes como Adobe (ADBE), Microsoft, Salesforce, Oracle (ORCL), Workday (WDAY) e outros expandem as principais linhas de produtos e abordam oportunidades adjacentes. Da mesma forma, fornecedores de software não tradicionais, como a Cisco Systems (CSCO) e a Amazon, também podem fazer negócios relacionados a software, já que o software está a tornar-se uma parte mais importante das suas ofertas corporativas", acrescentou.