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Se o dia é do Turismo, é Portugal que está de parabéns

Comparando com 2016, a OMT registou um aumento de 84 milhões de turistas no mundo em 2017.

A Hungria é o país que recebe a celebração oficial do Dia Mundial do Turismo (WTD) 2018 que tem como tema central o Turismo e a Transformação Digital. Os avanços digitais estão a transformar a forma como nos ligamos e nos informamos, o nosso comportamento e a incentivar a inovação e o aparecimento de estratégias de crescimento sustentáveis e responsáveis.

Para que o turismo possa sustentar um crescimento contínuo e inclusivo, de acordo com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, é essencial entender melhor os crescentes impactos económicos, sociais e ambientais das tecnologias e da inovação no turismo.

Sendo um setor digitalmente avançado, o turismo pode melhorar o empreendedorismo, a inclusão, a afirmação das comunidades locais e a gestão eficiente de recursos, entre outros importantes objetivos de desenvolvimento. O WTD deste ano tem como objetivo ajudar a explorar ainda mais as oportunidades oferecidas pelos avanços tecnológicos, nomeadamente no que diz respeito aos big data, à inteligência artificial e às plataformas digitais.

O WTD 2018 é uma oportunidade para aumentar a consciencialização sobre a contribuição potencial das tecnologias digitais para o desenvolvimento do turismo sustentável, ao mesmo tempo que oferece uma plataforma para investimentos, parcerias e colaboração num setor cada vez mais responsável e inclusivo.

Vamos a contas… por cá

Numa altura em que Portugal, enquanto destino turístico, enfrenta um cenário de desaceleração dos números de turistas em contraponto com as receitas a subir, a Organização Mundial do Turismo (OMT) divulgou que o nosso país registou em 2017, mais receitas de turismo do que a Grécia, subindo ao quarto lugar dos países do sul da Europa.

Segundo a OMT, Portugal obteve no ano passado 17,1 mil milhões de dólares (cerca de 15 mil milhões de euros) de receitas com o turismo, mais quatro mil milhões de dólares do que em 2016. As receitas nacionais foram assim superiores às da Grécia (16,5 mil milhões de dólares), mas foram inferiores às da Turquia (22,4 mil milhões de dólares), Itália (44,2 mil milhões de dólares) e Espanha (67,9 mil milhões de dólares), colocando Portugal no quarto lugar da tabela das maiores receitas turísticas do sul da Europa.

Mas no ranking das receitas em toda a Europa, França ocupa o segundo lugar, com 60,6 mil milhões de dólares, e o Reino Unido a terceira posição com 51,2 mil milhões.

O relatório da OMT revela ainda que, numa perspetiva mundial, no ano passado, as chegadas de turistas aumentaram 6,8% em 2017, o maior crescimento desde 2009. Comparando com 2016, a OMT registou um aumento de 84 milhões de turistas no mundo em 2017.

Na leitura interna, feita pelo Governo e pela Confederação do Turismo, importa sobretudo destacar o já aumento das receitas turísticas, numa altura em que se assiste ao desacelerar do crescimento da chegada de turistas que chegam ao país. A corroborar esta fase, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, reforça que este “desequilíbrio” dos números é no fundo o que se pode desejar: “crescer cada vez mais em valor e diversificar os mercados”, acrescentando ainda que os “crescimentos significativos” do mercado americano, canadiano e brasileiro, diminuíram claramente a dependência de outras origens mais tradicionais.

A governante dá ainda nota de que, no acumulado, entre janeiro e julho, o turismo regista uma subida de 13% nas receitas, tornando Portugal num dos países que mais cresce na Europa.

Ainda no que concerne ao desempenho do setor, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, recorda que existem diversas razões para que “tenha aliviado um bocado o crescimento em Portugal”, que entre 2002 a 2012 registou uma evolução positiva de 14% e nos cinco anos seguintes, até 2017, de “quase 50%”, ou seja subidas que não seriam sustentáveis continuarem.