Os fundos de investimento entraram nas atividades desportivas a nível mundial, sendo cada vez mais um factor decisivo para que a indústria continue de pé. Este fenómeno veio trazer uma nova perspetiva profissional para os jovens norte-americanos que, segundo David Meltzer, "preferem ser agentes desportivos".
O CEO da Sports 1 Marketing, agência relacionada com o entretenimento desportivo, marcou presença na WebSummit em Lisboa, e em entrevista ao Jornal Económico refere que "a maioria das pessoas não percebe que aquilo que faz do desporto um desporto é o dinheiro. Por exemplo, na UFC (desporto de combate) perderam-se 40 milhões de dólares (35 milhões de euros) até se tornarem grandes. Por isso os fundos de investimento são necessários para o negócio continuar e construir uma empresa".
Outro ponto sublinhado por David Meltzer é o facto de que "as pessoas não compreendem que o desporto já não é um jogo, é uma indústria multimilionária. Hoje em dia os miúdos vêm ter comigo e dizem que querem ser agentes desportivos. Agora, as crianças treinam em casa através dos vídeo jogos. Acredito que o eSports venha a ser maior que o ténis ou golfe", de tal modo que o CEO já entrou também no mercado.
"Fiz um investimento nessa área juntamente com Metta World Piece (ex-jogador da NBA, anteriormente chamado Ron Artest) e foi o melhor investimento desportivo que já fiz", refere David Meltzer.
Uma situação que poderá não ser totalmente preocupante para o desporto em si, já que "vão sempre existir aqueles ‘gladiadores’, que querem ser atletas. O que acontece é que nem todos têm essa habilidade. Alguns têm o desejo e o conhecimento, mas não têm a habilidade e por mais que pratiquem nunca vão ser um Tiger Woods no golfe ou um Lebron James no basquetebol", explica David Meltzer, que diz acreditar que essa habilidade é um "dom", com que alguns já vieram ao mundo.
"Aqueles que já nascem com esse dom têm também uma ética desportiva de ambição e trabalho", e também por isso "existem tantas áreas diferentes no desporto, que o tornam numa enorme indústria", o que leva o CEO da Sports 1 Marketing a assumir que "é mais fácil arranjar um emprego nesta área, do que como professor".
A possível criação de uma superliga europeia de futebol parece por agora ter sido posta de parte. Para David Meltzer esta é uma ideia que "precisa de ser reestruturada". Num país que já se habituou a usar o vídeo-árbitro, o agente desportivo acredita que a medida irá vigorar "em todos os desportos", já que desta forma o desporto torna-se "mais justo, porque as pessoas querem saber se venceram pelas razões certa e se houver uma má decisão, para mim descredibiliza o jogo", conclui.
