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Mark Clattenburg: "É difícil introduzir o vídeo-árbitro nas competições da UEFA"

Dirigiu a final do Europeu de 2016 entre França e Portugal e atualmente é o responsável pela arbitragem na Arábia Saudita, onde a introdução do vídeo-árbitro "foi o melhor que podia ter acontecido".

É um dos árbitros mais conceituados do futebol mundial e talvez por isso, tenha sido o primeiro da história a transferir-se para outro campeonato. Mark Clattenburg, inglês de 43 anos deixou os relvados da liga inglesa e vive atualmente na Arábia Saudita, onde é o responsável pela arbitragem da federação de futebol saudita.

O juiz inglês esteve este fim-de-semana em Portugal para dirigir o jogo inaugural entre Portugal e Grécia do mundial de futebol amador (SOCCA), que se realiza no Terreiro do Paço, em Lisboa, até ao próximo domingo, dia 29 de setembro, e em entrevista ao Jornal Económico, revela não ter sentido qualquer pressão em 2016, quando apitou a final do campeonato europeu entre França e Portugal, que terminou com o triunfo português.

"Não. O campeonato europeu foi uma competição fantástica. Durante a prova ninguém colocava Portugal na final, só tinham vencido jogos no prolongamento, mas mostraram espírito de equipa. Em relação à selecção francesa todos esperavam que vencesse, mas Portugal fez um grande jogo nessa noite e por isso é que são campeões europeus", refere Mark Clattenburg, que vê a chegada do vídeo-árbitro às provas da UEFA, como "díficil", mas não impossível.

"É difícil introduzir o vídeo-árbitro nas competições da UEFA. Temos países de várias zonas e envolveria uma logística enorme. Já existe nas pré-eliminatórias e talvez quando estiverem preparados para outros momentos, seja possível", afirma o juiz que deixa rasgados à introdução desta tecnologia.

"Nas competições da Arábia Saudita foi o melhor que podia ter acontecido, porque existe fair-play, os jogadores deixaram de se agarrar e tentar simulações na grande área. Não existe batota o que é bom para o futebol", sublinha.

Mark Clattenburg, vê uma evolução na arbitragem mundial e defende que os juízes devem "proteger os melhores jogadores". "Estatisticamente está provado que hoje os jogos têm mais faltas e o jogo em si é o mais importante e os árbitros têm de proteger os melhores jogadores. Desde que protejam os melhores jogadores, mas permitindo contactos mais leves é melhor para o jogo.

Sobre a possibilidade do Brexit poder ter alguma influência no campeonato inglês, o árbitro é peremptório. "É difícil de dizer. Eu não votei porque moro fora do Reino Unido, portanto não me afeta diretamente", esperando contudo, que o resultado final seja o melhor para todos.

"Certamente irão ser encontradas as melhores soluções, porque por exemplo, em relação aos passaportes existem muitos ingleses a viajar para Portugal e ninguém quer perder o turismo. Por isso é preciso encontrar uma solução e tenho a certeza de que vão descobrir a melhor para todos, porque se não o fizerem terá um efeito catastrófico", conclui.