O novo livro da coleção de viagens da Tinta da China, dirigida por Carlos Vaz Marques, leva-nos a uma Nova Iorque que já não existe, mas que ficará para sempre no nosso imaginário. Em 1945, com a guerra a terminar, a cidade estava no auge do seu poder cultural e económico, ao contrário do que acontecia com as cidades europeias, algumas quase totalmente em escombros. Esta mistura de inocência e sofisticação, romance e formalidade, generosidade e confiança seria irrepetível e Nova Iorque acabaria por perder parte da aura que adquirira naquele momento de triunfo. No auge do glamour e da glória, num misto de grandiosidade romântica e sociedade de consumo – e, portanto, sumamente hedonista –, Nova Iorque, e Manhattan em particular, era o fruto mais desejado; a maçã do paraíso, antes da queda.