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Taxa do crédito à habitação só volta a ficar positiva em 2019

A Euribor, o principal indexante utilizado no cálculo da prestação da casa em Portugal, está em valores negativos. Os mercados antecipam que subidas significativas só ocorram dentro de dois anos.

As famílias com crédito à habitação indexado às taxas Euribor vão ter mais algum tempo de folga no que diz respeito à prestação da casa. Nos próximos tempos não são esperadas subidas nos juros e os mercados antecipam mesmo que aumentos significativos, ou seja, os juros acima de 0% só acontece daqui a dois anos.
De acordo com os futuros da Euribor a três meses, apenas em março de 2019 esta taxa interbancária deverá estar em terreno positivo. Os contratos estão a antecipar que esta se situe nos 0,025%. Isto quando atualmente a taxa Euribor a três meses está em terreno negativo nos -0,329%.
As taxas de juro deverão ficar em mínimos históricos durante mais algum tempo. Quem o garante também é o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e os mercados confirmam essa mesma expectativa.
“Não há para já nenhum perspetiva de que a taxa diretora possa subir num futuro previsível. Aliás, Draghi reforçou a ideia que as taxas se irão manter por um período extenso de tempo após o final das medidas extraordinárias de compra de ativos em mercado secundário” [ler texto ao lado]”, adiantou Filipe Garcia, economista da consultora Informação de Mercados Financeiros (IMF), ao Jornal Económico.
“Mas, olhando para o mercado de futuros, percebe-se que o mercado já começa a antecipar a data expectável para a subida dos juros. Neste momento, o mercado vê a Euribor a 3 meses acima de 0% a partir de março de 2019”, acrescentou o economista da IMF.
Segundo os cálculos do Jornal Económico, caso a Euribor se venha a situar nesses valores dentro de dois anos, poderá significar um aumento de cerca de 16 euros na prestação da casa, face ao pago agora. Isto num empréstimo de 100 mil euros, a 30 anos (sem contabilizar com outras comissões).
“Não obstante a pressão em alta que se verificou nos últimos meses, as taxas Euribor, estão ainda assim em níveis considerados anormalmente baixos e assim deverão permanecer até que as perspectivas sobre as taxas de juro de referência se mantenham em níveis reduzidos”, adiantou Marisa Cabrita, gestora de activos da Orey Financial, ao Jornal Económico.
Mas, se por um lado, a manutenção dos juros em terreno negativo é uma boa notícia para quem tem empréstimos, nomeadamente da casa, já para os aforradores significam taxas de juro menos atrativas.
“As taxas dos depósitos continuarão muito baixas até que o mercado interbancário passe a remunerar as taxas de juro a níveis positivos, o que não parece nada provável nos próximos meses ou até anos” , concluiu o economista da IMF.

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