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Quatro terminais de contentores por 1,6 mil milhões

O maior investimento, de 600 milhões de euros, 100% privado, será no novo terminal do porto de Lisboa, quase de certeza no Barreiro.

Os projetos do atual Governo para o sector portuário nacional preveêm um investimento de cerca de 1,6 mil milhões de euros em três novos terminais de contentores nos portos de Leixões, Lisboa e Sines, assim como a ampliação do terminal XXI, no porto alentejano. As obras previstas deverão ocorrer por fases, a partir de 2017 e até para lá de 2025. Na sequência da apresentação, em Sines, da “Estratégia para o Aumento da Competitividade Portuária”, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, explicou ao Jornal Económico que, destes quatro projetos, o mais avançado é o do novo terminal de contentores para Leixões.
“Este projeto é composto por quatro fases: o prolongamento do quebramar, a melhoria das acessibilidades marítimas para fundos de 14 metros de profundidade, a construção do novo porto de pesca e a construção do novo terminal. Neste momento, já foi lançado o concurso para o projeto de execução e para o estudo de impacte ambiental [EIA] do prolongamento do quebramar e das acessibilidades marítimas, estando previsto o início das obras em 2019, juntamente com o novo porto de pesca”, adiantou Ana Paula Vitorino, em declarações exclusivas ao Jornal Económico.
Segundo a governante, “a construção do novo terminal, que terá uma capacidade de movimentação de 500.000 TEU [medida-padrão equivalente a contentores com 20 pés de comprimento], será iniciada em 2020”. A ministra do Mar destaca que o investimento total do projeto será de 320 milhões de euros, repartidos em 260 milhões de investimento privado, 33,25 milhões de investimento público e os restantes 26,75 milhões de fundos comunitários ao abrigo do Compete 2020.
“Este projeto permitirá aumentar a produtividade do porto de Leixões em cerca de 40% e duplicar a sua capacidade na carga contentorizada para cerca de 1,5 milhões de TEU e aumentar a dimensão dos navios que podem utilizar o porto”, sublinha.
Quanto ao novo terminal de contentores previsto para o porto de Sines (Vasco da Gama), “os estudos e projetos estarão concluídos ao longo de 2017 e o lançamento do concurso está previsto para 2018”. Com um cais principal de 1.350 metros, capacidade para movimentar três milhões de TEU numa primeira fase, fundos entre menos 17 e menos 17,5 metros de profundidade e com um parque de contentores de 57 hectares, o novo terminal ficará apto a receber navios com capacidade superior a 18.000 TEU. Está previsto um investimento privado de cerca de 470 milhões de euros.
Em Sines, está ainda previsto arrancar com a terceira fase de expansão do Terminal XXI, concessionado à PSA de Singapura, e que envolve um investimento privado de 150 milhões de euros, mais 50,2 milhões da responsabilidade da APS – Administração dos Portos de Sines e do Algarve, com uma comparticipação comunitária de 25,1 milhões.
Ana Paula Vitorino destaca que este projeto “permitirá a criação de mil novos postos de trabalho”, numa intervenção “que se prevê ter início em 2018 e conclusão em 2020”. Vai aumentar-se o cais, de 946 para 1.350 metros, permitindo incrementar a capacidade de movimentação de 2,1 milhões TEU/ano para 3,1 milhões de TEU/ano. O EIA já está aprovado e envolve o prolongamento do molhe leste de 1.500 metros para 2.000 metros, a tal obra a cargo da APS que começará em 2017 e será concluída em 2018.
O novo terminal de contentores em Lisboa terá um cais de comprimento de 1.500 metros, fundos de 16 metros, uma área de 100 hectares, e uma capacidade total de movimentação de carga contentorizada de 2,1 milhões de TEU. “Este projeto está previsto ser executado em duas fases. A primeira fase, que será executada em 2022, prevê a construção de 800 metros de cais e uma capacidade de um milhão de TEU. A segunda fase, que a ser concretizada, será após 2025, prevê amais 700 metros de cais e um aumento da capacidade em 1,1 milhões de TEU”, diz a ministra.
Neste momento, já se encontra concluído o estudo prévio e está praticamente concluído o EIA, estando prevista a Avaliação de Impacte Ambiental em 2017. O projeto prevê um investimento de 600 milhões de euros, totalmente suportado por privados.
“Tem havido diversas manifestações de interesse por parte de grupos privados nacionais e internacionais, no entanto nesta fase entendemos não ser conveniente a sua divulgação”, admite Ana Paula Vitorino.
Questionada sobre se a localização deste terminal no Barreiro é uma decisão irreversível, a ministra diz que com o EIA praticamente concluído, esta localização se identifica como a que “apresenta maior viabilidade”.

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