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Pedro Rebelo de Sousa: “Sentei-me no cadeirão de Salazar e adormeci”

Nesta entrevista, Pedro Rebelo de Sousa recorda a vida em Moçambique, Brasil e Estados Unidos. Conta-nos histórias de infância, pormenores sobre o dia em que conheceu a mulher da sua vida e os passeios de carro com Salazar. A candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa foi outro dos temas abordados. O advogado vive todos os minutos com grande intensidade e boa disposição. Agora com uma razão acrescida: por volta das 6h30 recebe um vídeo ou fotografias da neta Amélia, que vive no Dubai com os pais.

 A 8 de Dezembro de 1960, dia de Nossa Senhora, foi levar um ramo de flores ao Presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar, numa homenagem da Mocidade Portuguesa. Depois acabou por adormecer na cadeira dele. Como é que isso aconteceu?
Houve um movimento das mães portuguesas, de agradecimento a Salazar, por Portugal ter passado a Segunda Grande Guerra um pouco incólume, ao contrário da primeira. E a Mocidade Portuguesa tinha por tradição entregar  flores em nome das mães. Aliás, pertenci muito pouco à Mocidade Portuguesa, a minha mãe era contra. E como as mulheres é que mandam nós fizemos sempre o mínimo na Mocidade. Mas quando era miúdo fui levado como mascote das pessoas que foram visitar Salazar no forte de Santo António. Cheguei lá, eles começaram os discursos, sentei-me no cadeirão dele e adormeci. Quando acordei ouvi ‘mas quem é este menino?’ e alguém disse ‘este menino é o filho do senhor subsecretário de Estado da Educação’. Ainda era muito pequeno, mas respondi: ‘Não sei o que estou aqui a fazer mas quero dar-lhe estas flores’.

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