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André Costa Jorge: “Quem produz as migrações não são as máfias, nem os traficantes”

O Serviço Jesuíta aos Refugiados assinala o Dia Internacional dos Migrantes esta segunda-feira, dia 18 de dezembro, no Mercado das Culturas, em Arroios, sob o tema “Da hostilidade à hospitalidade”.

Como é que se passa da hostilidade à hospitalidade?
Em adoptar-mos nas nossas políticas a defesa da hospitalidade como valor. Não ser só a dimensão securitária, a defesa do nosso bem-estar ou de qualquer critério conservador dos nossos interesses particulares. Temos que alargar esse conceito e desejar que aquilo que alcançámos possa ser melhor distribuído e mais procurado. Por outro lado, cada pessoa é sujeito de direitos. Portanto, as políticas não devem ser só políticas de defesa de fronteiras e de espaços, devem em primeiro lugar dar primazia às pessoas. Essa pessoa deve ser acolhida e respeitada em todas as circunstâncias, em particular os mais necessitados. Por outro lado, a hospitalidade deve ser apoiada a partir das experiências do contacto directo da sociedade. Só podemos falar em hospitalidade a partir do momento em que a vivemos e praticamos, em que tornamos possível esse encontro. Não é um conceito abstracto. Temos a experiência disso quando, por exemplo, acolhemos famílias de refugiados e somos capazes de criar espaços para esse encontro no dia-a-dia, em que conheçam o outro e a sua realidade. É também esse o nosso papel enquanto organizações da sociedade civil, passar do discurso à prática, e desconstruir o medo do encontro com o outro, porque tem estereótipos na cabeça, ligados também ao mundo mais mediático. Se tivermos oportunidade de ter esse encontro, os nossos medos e fobias baixam consideravelmente e mudamos de opinião.

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